Ali, perdi o rumo do que esperava.
Deixaste-me destroçado como eu nunca esperaria ficar contigo.

Voltei a passar pelo mesmo, mesmo tu tendo noção do quanto isso me tinha magoado.
Preferiste matar-me por dentro a ser sincero comigo.

A porta fechou e eu sinto os meus pulmões esmagados.
A cara já está toda cheia de lágrimas, estou tão assustado.
Na minha cabeça só quero dizer "porquê".
Dou por mim a andar às voltas a dizê-lo como se me estivesses a ouvir.

Estou sem energia, não quero sentir-me assim.
Cada pensamento sobre ti leva-me além daquilo que eu consigo controlar.
Eu amo-te e tu estás longe e eu não sei de ti.
Acho que é isto que se paga quando amamos alguém que nos destroça em mil bocados.

Preocupo-me mas não devia estar a fazê-lo.
Porque sinto bem dentro que a tua falta deve-se a ti, apenas.
Foste o único que te deu razões para saíres por aquela porta.
E, eu, eu fui o único que tive razões para ficar perdido.

O mundo é cruel ou, pelo menos, meio mundo o é.
Terminado.

Hoje, custou.
Custou a passar, custou a aceitar certas realidades, custou a sentir-me feliz como normalmente me sinto.

Hoje, hoje não fui eu. Este não sou eu.
Estou perdido entre o que parece verdade e a verdade, o que eu queria que fosse mentira.
Estou tão perdido. Sinto-me um vazio bem cá dentro como se algo me tivesse deixado apenas energia para me mexer um pouco.
Queria acordar e achar que isto não passou de um pesadelo. Tantas vezes assim foi.

Sinto que o meu coração está tão despedaçado como milhões de grãos de areia. Sabem, como se fosse um frasco de areia limpa. Bonito mas despedaçado até ao último grão. E eu estou aqui a tentar que eles juntos pareçam algo que faça sentido.

Hoje só queria que não houvessem mais partidas destas, estes sustos, esta confiança disfarçadas que  me aparecem.

Eu, só queria amar sem nunca perder a loucura do amor.
Eu, só queria perder-me. Aquele perder que nos dá vida.

Mas, hoje, só estou perdido como quem não tem vida.

Hoje...não sou eu. Terminado.